O Papa tira os sapatos para entrar na mesquita: respeito. |
“Não é permitido (…) fazer recurso a posições teológicas bíblicas para fazer delas um instrumento que justifica as injustiças. Pelo contrário o recurso á religião deve levar cada pessoa a ver o rosto de Deus no outro e a tratá-lo segundo os atributos de Deus e os seus mandamentos, quer dizer, segundo a bondade de Deus, a sua justiça, a sua misericórdia e o seu amor por nós.”
Foi com esta frase que os padres sinodais resumiram o pensamento que permeou o Sínodo para o Médio Oriente, com os bispos Católicos daquela região. Este pensamento é o vigente na base da igreja desde seus primórdios com os primeiros discípulos e o próprio Jesus Cristo, o Salvador. Após a seqüencia de exposições negativas diante da mídia mundial, devido aos escândalos ocorridos em seu seio, a igreja Católica volta a se destacar em suas aparições públicas, pelo seu lado conciliador, que luta pelo respeito às culturas e ao individuo.
A exemplo disso vem sendo a grande proximidade do Vaticano com os países e a cultura Árabe islâmica. Recentemente, tivemos três grandes destaques dessa relação, antes impensada. A luta da igreja na França para não aprovação da lei contra o véu usado pelas mulheres muçulmanas, e a reciprocidade dos seguidores de Maomé em relação a proibição dos crucifixos nas unidades publicas, apesar desta união não se obteve sucesso de nenhuma das campanhas.
Já na Espanha, os bispos foram em defesa da jovem de 16 anos expulsa e proibida de freqüentar a escola por usar o véu islâmico. No fim de setembro o Vaticano recebeu uma carta do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pelas mãos de seu vice, onde “pede cooperação das ‘religiões divinas’ contra o secularismo” e, ainda, agradece “ao papa pelo posicionamento contrário ao pastor da Flórida (EUA) que ameaçou queimar o Alcorão em 11 de setembro”. Em referencia ao comunicado liberado pela Santa Sé qualificando tal ato como “’grave ofensa’ contra um livro considerado sagrado por uma comunidade religiosa” onde também deixa claro que “cada religião, com seus locais de culto e símbolos, merece respeito e proteção”.
Outros exemplos de ajuda que uniu a oração e a ação, segundo os preceitos de São Tiago, foram as doações em espécie e mantimentos que o Vaticano mandou para os lugares afetados pela ação da natureza, a exemplo do Afeganistão e do Haiti.
A Constituição pastoral “A Igreja no mundo actual”, vem refutar esse papel primordial da igreja em seu proêmio quando diz que “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” e mais adiante, em sua Introdução, onde completa assim “Para levar a cabo esta missão, é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho”.
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