quinta-feira, 14 de abril de 2011

Leia, vale a pena!

Sempre acesso esse blog e gosto dos texto da autora/blogueira, este, no entanto, não poderia passar despercebido e sem uma devida mensão.

Concordo com ela e acrescento, que é triste ver como muitos nem param para pensar a respeito da situação e já saem culpando grupos, ideologias e pessoas, vejo o preconceito como o aquele que, verdadeiramente,  matou aquelas crianças, não entro no mérito do estudo do perfil psicológico daquele rapaz - e aí concordo mais uma vez com a blogueira - que deve ter sofrido muito a vida toda com tantas rejeições que até no momento de sua morte se mantém.

Quem se nega a pensar e avaliar a vida e as situações do cotidiano está fadado a ser preconceituoso e o primeiro a praticar o tão na moda e tão velho bulling.

Leia, vale a pena!



De como o preconceito atinge a todos, não só um grupo

O assassino do Realengo era um excluído. Talvez por seu jeito de vestir, de ser introspectivo, nunca tenha tido chance de se sentir querido, de fazer parte de um grupo. Talvez por não estar dentro do padrão, recebia apelidos, era xingado, odiado às vezes só por passar ou existir. É isso que causa o preconceito e suas milhares de formas de ser chamado, como bullying.
E este preconceito, existe desde sempre. É contra o coleguinha que chega na escola com um carro velho, contra o nordestino que você encontra na rua falando alto e você olha feio, contra eu que estou gordinha e não posso nem comer um chocolate, porque tem sempre um bando de magro olhando como se eu estivesse acabando com o estoque mundial de cacau. O preconceito está no nosso dia a dia, na nossa sociedade e em quase todas do mundo.
Nos EUA, já ouve épocas em que negros não andavam na parte de frente dos ônibus; no Egito, os faleh que são caçoados pelo pessoal do Cairo e Alexandria; na Espanha, as brasileiras que chegam e quase sempre são fichadas como prostitutas; os judeus, que são chamados de pão duros; os árabes, que são bombas ambulantes, segundo o imaginário das pessoas com pouco conhecimento de causa.
O que tem me chocado nesse crime do Realengo, não é só a crueldade extrema de um ser, maníaco e doente, de cometer esse tipo de atentado em busca de um reconhecimento e vingança pelo que ele nunca teve, mas como as pessoas tem reagido com extremo preconceito e a mesma violência contra uma série de grupos.
Primeiro, a irmã do assassino diz que eles estava metido com “coisas de muçulmano”. Bastou para o povo se achar no direito de dizer que “coisa de muçulmano” é ser assassino, bater em mulher, oprimir, se explodir, aquele monte de baboseira que a gente sabe que se encaixa no esteriótipo criado desde os ataques terroristas de 11 de setembro. Peraí, em pleno século 21, no ano de 2011, tem gente que realmente joga um apunhado de conhecimentos errados sobre um grupo, que ele ouviu falar não sei aonde, num saco, mistura com raiva, e sai falando por aí em voz alta como se fosse expressão de revolta?
E depois, saiu a carta dele, virou testemunha de Jeová. Já vai o líder da comunidade mandar cartinha correndo, como fez o sheik, dizendo que o cara não fazia parte da igreja e não era membro. E as pessoas voltam com aquele papo, que as religiões são todas culpadas, que todos os males do mundo são oriundos das religiões, e que os credos radicais dão munição para psicopatas do naipe deste sujeito.
Veio a sexta, o sábado. As imagens trágicas aparecem nas televiões, as fotos dos enterros são de apertar o coração e encher o olho de lágrimas. Eu não consegui ficar imune à dor daquelas mães. Para mim, todo esse papo de religião, etcetera, é um pouco babaca e idiota demais se comparado ao abismo que é ver aquelas famílias se despedindo de seus anjinhos.
E neste domingo, quando eu achava que a dura realidade já havia batido à porta de todos, o Fantástico faz uma reportagem mostrando os manuscritos do rapaz. Ele diz que lia o Alcorão, que conhecia um tal de Abdul, que falavam de terrorismo. Foi o suficiente para mais uma enxurradas de pessoas declararem ódio no twitter ao islam, a desejar até a morte de muçulmanos. Engraçado que quando falaram dos nordestinos ano passado, deu até processo, agora contra o Islam, cada um pode falar o que quiser que não é crime, afinal, somos um bando de “assassinos de criancinhas”, não é?
Ao mesmo tempo, li em vários sites que ninguém reclamou o corpo do assassino. Como era de se imaginar, ele nunca teve uma família, pois sendo adotado, não foi integrado ou amado como um irmão biológico, senão não estaria sendo tratado como um indigente por seus outros 4 ou 5 irmãos. Pensemos um pouco no sofrimento que esse rapaz deve ter tido em toda sua vida, que somado à sua insanidade e doença, terminou em um desfecho tão fúnebre.
Por fim, só fiquei com uma conclusão: o que causa tragédias como essas não é o fanatismo à uma religião. É somente falta de amor mesmo. E espero que as pessoas aprendam esta grande lição e, ao contrário do que tem acontecido, parem de perpetuar mensagens de ódio contra seu próximo.



Origem: Blog Egito e Brasil

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