sábado, 2 de outubro de 2010

Poesia Árabe II


Os olhos foram feitos para ver coisas insólitas

Fez-se a alma para gozar da alegria e do prazer

O coração foi destinado a embriagar-se na beleza do amigo ou na aflição da ausência

A meta do amor é voar até o firmamento

A do intelecto, desvendar as leis e o mundo

Para além das causas estão os mistérios, as maravilhas

Os olhos ficarão cegos quando virem que todas as coisas são apenas meios para o saber

O amante, difamado neste mundo por uma centena de acusações, receberá no momento da união cem títulos e nomes 

Peregrinar nas areias do deserto nos exige suportar beber leite de camelo, ser pilhados por beduínos

Apaixonado, o peregrino beija a pedra negra ansioso por sentir mais uma vez o toque dos lábios do amigo

E degustar como antes o seu beijo

Oh alma, não cunhe as moedas com o ouro das palavras 

O buscador é aquele que vai à própria mina de ouro
(poema árabe)

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