domingo, 3 de outubro de 2010

Primeiro sábado de um outubro

  A chuva começou forte, batia na janela, insistia em entrar, queria me lavar, levar minha solidão, meus problemas para longe de mim, queria me alegrar. E não desistiu, não parou.

Permaneceu fininha, como lágrimas de choro contido, magoado, que insistem em cair, teimosa, escorrida, borrando a maquiagem.
Por mim pode chover o dia todo. O dia fica mais lindo.
O final da chuva me encanta, o verde, a vida, a alegria que surge depois do silêncio barulhento dos pingos insistentes dá espaço a algazarra dos pardais e o vôo do beija-flor no meu muro. 


Também me lembro da cantoria dos sapos, detesto eles, mas que eles alegram o interior em tempos de chuva, isso eles alegram, lembro das noites em que me embalam o sono.


A chuva de ontem durou o dia todo,realmente Deus é muito insistente,tentou tornar meu dia bom,
mas fechei a janela para não ver
e coloquei fones nos ouvidos – último volume –,

para não ouvir.


Cerrei meu coração e choveu aqui dentro.





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